Águas de Pias
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Entrevista ao
proprietário dos poços e barranco em estudo
1- Conhece alguma
legislação que obriga a que todos os poços estejam legalizados? Os seus poços
estão legalizados?
O proprietário dos poços diz que já ouviu falar disso mas
não está devidamente informado.
Os poços em estudo não estão legalizados.
2-Como utiliza a água
dos poços?
Unicamente para o gado beber.
3- Já alguma vez
mandou analisar a água dos poços?
A água dos poços nunca foi analisada.
4- Já alguma vez
utilizou a água do barranco para alguma atividade? Se sim qual a atividade?
Não. A água do barranco nunca foi utilizada para nenhuma
atividade porque não acumula água suficiente para ser extraída. O barranco só
corre quando chove bastante de repente.
5-Desde que é
proprietário dos poços e barranco já alguma vez foram limpos? Se já, com que
regularidade?
Desde que é proprietário do poço e do barranco só o poço nº
2 é que foi limpo e já há pelo menos 8 anos.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Pesquisa e
análise da legislação aplicável
Decreto-Lei
n.º 46/94 de 22 de Fevereiro
Estabelece
o regime de licenciamento da utilização do domínio hídrico, sob jurisdição do
Instituto da Água.
Pretende
reunir, de forma coerente, as utilizações do domínio hídrico, quer público,
quer privado, sujeitas a licenciamento e sob jurisdição do Instituto da Água,
contando para tal com as regras definidas ao nível do Plano Nacional da Água e
dos planos de bacia hidrográfica.
Distinguem-se 13 utilizações do domínio hídrico que
necessitam de ser tituladas por licença ou contrato de concessão.
A licença caracteriza-se pela sua precariedade e pode
ser atribuída por um prazo máximo de 10 anos ou de 35 anos, consoante as
utilizações. Nos casos em que a licença é atribuída por período superior a 5
anos, é precedida de um processo de inquérito público. O contrato de concessão,
que pode atingir um prazo máximo de 75 anos, é, por regra, precedido de
concurso público e caracteriza-se por ser um verdadeiro contrato administrativo
com direitos e deveres específicos das partes contratantes.
Procura-se, deste modo, instituir uma gestão eficaz
dos recursos hídricos, baseada na articulação de utilizações distintas da água
e terrenos com ela conexos, incluindo as águas subterrâneas, sujeita ao
princípio do licenciamento da utilização do domínio hídrico
Decreto-Lei
nº 152/97, de 19 de Junho
Define as etapas necessárias para o tratamento das
águas residuais urbanas e industriais. Dispõe formas de recolha, tratamento e
descarga de águas residuais urbanas no meio aquático de acordo com o estado das
linhas de água recetoras. O anexo II define critérios de identificação das
linhas de água sensíveis e menos sensíveis.
Lei n.º
58/2005, de 29 de Dezembro
Aprova a
Lei da Água, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º
2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, e
estabelecendo as bases e o quadro institucional para
Capitulo I - Artigo 1º - Objectivos
1 - A
presente lei estabelece o enquadramento para a gestão das águas superficiais, designadamente
as águas interiores, de transição e costeiras, e das águas subterrâneas, de
forma a:
a) Evitar
a continuação da degradação e proteger e melhorar o estado dos ecossistemas aquáticos
e também dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas directamente dependentes
dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades de água;
b)
Promover uma utilização sustentável de água, baseada numa protecção a longo
prazo dos recursos hídricos disponíveis;
c) Obter
uma proteção reforçada e um melhoramento do ambiente aquático;
d)
Assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e evitar o agravamento
da sua poluição;
e) Mitigar
os efeitos das inundações e das secas;
f)
Assegurar o fornecimento em quantidade suficiente de água de origem superficial
e
Subterrânea
de boa qualidade, conforme necessário para uma utilização sustentável, equilibrada
e equitativa da água;
g)
Proteger as águas marinhas, incluindo as territoriais;
h)
Assegurar o cumprimento dos objetivos dos acordos internacionais pertinentes, incluindo
os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho.
Artigo 3º- Define
os princípios observar para a gestão da água.
Artigo 4º- define uma serie de termos relativos aos
tipos de água (interiores, subterrâneas, territoriais, etc.),bem como formas de
as classificar (“Bom estado ecológico”; “Bom estado quantitativo”), bem como
outras definições importantes.
Capitulo
II
Artigo 6º- define as regiões hidrográficas
nacionais
Artigo 7º-
Define as instituições da Administração Pública responsáveis pela gestão dos
recursos hídricos nacionais.
Artigo 8º - Define as competências
da autoridade nacional da água.
(Artigo 9º … artigo 13º)
Capitulo III (artigo 14º … 44º) - Define
ordenamento e planeamento dos recursos hídricos.
Capitulo IV (artigo 45º … 55º) - Define objetivos ambientais e monitorização das
águas.
Capítulo V
(artigo 56º … 73º) - Define
a utilização dos recursos hídricos.
Capítulo VI (artigo 74º … 76º) - Define
o que são infra-estruturas hidráulicas.
Capítulo
VII (artigo 77º … 83º) - Define
o regime económico e financeiro
aplicável à água.
Capítulo
VIII (artigo 84º … 88º) – Define
a informação e participação do público.
Capitulo
IX (artigo 89º … 97º) - Define fiscalização e sanções.
Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto
Estabelece normas, critérios e objetivos de
qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade
das águas em função dos seus principais usos.
ANEXO I
- Qualidade das águas doces superficiais
destinadas à produção de água para consumo humano.
ANEXO II-
Esquemas tipo de tratamentos referentes às
classes A1, A2 e A3 das águas superficiais.
ANEXO III-
Métodos analíticos de referência para águas
superficiais.
ANEXO IV-
Frequência mínima de amostragem e de análise
de águas superficiais.
ANEXO V-Classificação dos parâmetros de qualidade de águas superficiais em grupos
(G1, G2 e G3) segundo a frequência de amostragem e de análise.
ANEXO VI-
Qualidade da água para consumo humano.
ANEXO VII-
Classificação dos parâmetros de qualidade em
grupos (G1, G2 e G3) segundo a frequência de amostragem e análise.
ANEXO VIII-
Frequência mínima de amostragem e análise de
águas para consumo humano para efeitos de controlo, definida pelo intervalo máximo
entre colheitas e pelo número mínimo de pontos de amostragem no sistema de
abastecimento, em função da população servida.
ANEXO X-
Qualidade das águas doces para fins aquícolas
— águas piscícolas.
ANEXO XI-
Frequência mínima de amostragem e de análise
de águas doces superficiais para fins aquícolas — Águas piscícolas.
ANEXO XII-
Variação dos valores máximos admissíveis e
recomendáveis do zinco total e do cobre solúvel, respectivamente, em função da
dureza total das águas doces superficiais para fins aquícolas — águas
piscícolas.
ANEXO XIII-
Qualidade das águas do litoral ou salobras
para fins aquícolas — águas conquícolas.
ANEXO XIV-
Frequência mínima de amostragem e de análise
de águas do litoral e salobras para fins aquícolas — águas conquícolas.
ANEXO XV-
Qualidade das águas balneares.
ANEXO XVI-
Qualidade das águas destinadas à rega.
ANEXO XVII-
Métodos analíticos de referência e frequência
mínima de amostragem das águas destinadas à rega.
ANEXO XVIII-
Valores limite de emissão (VLE) na descarga de
águas residuais.
Decreto-Lei
n.º 46/94 de 22 de Fevereiro
Estabelece
o regime de licenciamento da utilização do domínio hídrico, sob jurisdição do
Instituto da Água.
Pretende
reunir, de forma coerente, as utilizações do domínio hídrico, quer público,
quer privado, sujeitas a licenciamento e sob jurisdição do Instituto da Água,
contando para tal com as regras definidas ao nível do Plano Nacional da Água e
dos planos de bacia hidrográfica.
Distinguem-se 13 utilizações do domínio hídrico que
necessitam de ser tituladas por licença ou contrato de concessão.
A licença caracteriza-se pela sua precariedade e pode
ser atribuída por um prazo máximo de 10 anos ou de 35 anos, consoante as
utilizações. Nos casos em que a licença é atribuída por período superior a 5
anos, é precedida de um processo de inquérito público. O contrato de concessão,
que pode atingir um prazo máximo de 75 anos, é, por regra, precedido de
concurso público e caracteriza-se por ser um verdadeiro contrato administrativo
com direitos e deveres específicos das partes contratantes.
Procura-se, deste modo, instituir uma gestão eficaz
dos recursos hídricos, baseada na articulação de utilizações distintas da água
e terrenos com ela conexos, incluindo as águas subterrâneas, sujeita ao
princípio do licenciamento da utilização do domínio hídrico.
Decreto-Lei n.º
226-A/2007 de 31 de Maio
CAPÍTULO I- Títulos de utilização de
recursos hídricos
Artigo 1º- A autorização, licença ou
concessão constituem títulos de utilização dos recursos hídricos, e são
reguladas nos termos da Lei nº 58/2005, de 29 de Dezembro, e do presente
decreto-lei.
Artigo 9º- Sistema Nacional de
Informação dos Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos.
Artigo 19º- Utilizações sujeitas a
licença.
SUBSECÇÃO IV- Concessão
Artigo 23º- Utilizações do domínio
público sujeitas a concessão.
Artigo 26º-Transmissão dos títulos de
utilização.
Artigo 27º-Transacção e cedência
temporária dos títulos de utilização de águas.
Decreto Lei 306/2007 de 27 de agosto
Estabelece o regime da qualidade da água destinada a consumo humano. Estabelece
também os critérios de repartição da responsabilidade pela gestão de um sistema
de abastecimento público de água para consumo humano quando a mesma seja
partilhada por duas ou mais entidades gestoras.
Artigo 9º-Tratamento de água
destinada a consumo humano.
Distribuição
dos recursos hídricos no Alentejo
A bacia hidrográfica do
rio Guadiana abrange uma superfície total de 66 800 km², dos quais 55 220 (83%)
em Espanha e 11 580 (17%) em Portugal. É a quarta maior bacia hidrográfica da
Península Ibérica, depois das bacias do Douro, Ebro e Tejo.
O rio Guadiana nasce nas lagoas de Ruidera em Espanha, a 1700 m de altitude, desenvolvendo-se ao longo de 810 km até à foz, no oceano Atlântico, junto a V. Real de Sto. António. Em Portugal, o rio tem um desenvolvimento total de 260 km em Portugal, dos quais 110 km delimitam a fronteira.
Figura 1 - Bacia Hidrográfica do Guadiana
O perfil longitudinal do rio apresenta-se, de um modo geral, muito regular, existindo contudo alguns acidentes importantes, sendo os mais notáveis a larga planície aluvial onde o rio se alarga, entre Mérida e Badajoz.
A bacia do Guadiana
apresenta uma forma comprida e estreita, de direção geral E-W em Espanha e
direção N-S em Portugal. A bacia nacional do Guadiana encontra-se delimitada a
Norte pela bacia do rio Tejo, a Sul pelo Oceano Atlântico, a Este pela
fronteira e a Oeste pelas bacias dos rios Tejo, Sado, Mira e Arade,
estendendo-se pelas unidades morfoestruturais correspondentes ao Maciço Antigo e
à Orla Meridional Algarvia.
A rede hidrográfica
pode classificar-se como muito densa, apresentando, regra geral, as vertentes
dos cursos de água formas retilínea ou complexa (rectilínea/convexa ou convexa/côncava)
e os vales encaixados. O rio Guadiana é o coletor principal dos cursos de água
do Alentejo Oriental, do território espanhol contíguo e dos cursos de água da
vertente NE da Serra do Caldeirão. Sob o ponto de vista morfológico, a bacia
pode dividir-se em três zonas distintas: Alto, Médio e
Baixo Guadiana.
A nossa região está
inserida no Baixo Alentejo, que corresponde, essencialmente, à parte portuguesa
do rio, entre a cota 200 e a foz, incluindo ainda a bacia espanhola do Chança.
A bacia, constituída por um substrato hercínico parcialmente revestido por
depósitos quaternários e terciários, forma uma peneplanície cortada por raros
acidentes de reduzida expressão (maciços de Sousel e Monsaraz, serras da Ossa e
Portel), exceto no seu bordo sul, à entrada no Algarve. Os solos,
essencialmente derivados de xistos, são geralmente pesados, apresentando
frequentemente problemas de drenagem. São atualmente regados, ou estão em vias
de ser equipados, cerca de 50 000 ha, dos quais 45000 em Portugal e 5000 em
Espanha (Chança), embora a capacidade de armazenamento disponível em Portugal
não consiga assegurar uma garantia de abastecimento conveniente. Futuramente,
prevêem-se regar nesta zona da bacia cerca de 140 000 ha, dos quais 110 000 em
Portugal e 30 000 em Espanha.
Sob o ponto de vista
climático a bacia é globalmente bastante homogénea, de características mediterrânicas
secas, com verões quentes, alta insolação e evapotranspiração elevada. Os invernos,
relativamente rigorosos na zona alta, suavizam-se consideravelmente para jusante.
A temperatura média anual é em quase toda a bacia próximo dos 16°C.
Nos meses mais quentes
(Julho/Agosto), a temperatura média do ar varia entre 24°C junto ao mar, 26°C
na zona fronteiriça e 28°C em Ciudad Real. No mês mais frio (Janeiro), a
temperatura média do ar ronda 9°C na bacia, verificando-se junto do mar 11ºC e
8,5ºC na zona de Portalegre e Elvas. A precipitação média anual sobre a bacia é
de 550 mm (561 mm em Portugal e 540 mm em Espanha), variando entre um mínimo de
350 mm na zona central da planície da Mancha e de 450 mm na zona de Mértola e
Moura e um máximo ligeiramente superior a 1000 mm na cabeceiras do Ardila, do
Odeleite e do Caia, em termos globais, a distribuição da precipitação anual
média é bastante uniforme, estando normalmente compreendida entre 500 e 600 mm.
A distribuição
interanual da precipitação é também extremamente irregular, descendo a 386 e a
422 mm em anos secos e subindo a 722 e 766 mm em anos húmidos. No que se refere
à distribuição mensal da precipitação, toda a bacia é afetada por um período estival
com quase total carência de chuva. Em média mais de 80% do total anual da
precipitação ocorre no período Outubro-Abril.
A evapotranspiração
anual de referência varia entre 1200 mm em Contenda e Vila Real de Santo
António e 1300 mm em Ameixial, Castro Verde e Beja. O regime de escoamentos do
Guadiana, afluentes e subafluentes caracteriza-se pela variação interanual e
intranual acentuadas dos escoamentos, com severas secas, que transformam
durante meses os leitos em caminhos pedregosos, muitas vezes desprovidos de
qualquer escoamento superficial.
Infraestruturas
na bacia hidrográfica do Guadiana
Na bacia hidrográfica
do rio Guadiana foram inventariadas 4814 infraestruturas.
Face às características
das infraestruturas, estas foram agrupadas do seguinte modo:
• infraestruturas
hidráulicas (que incluem as barragens e outras infraestruturas associadas
diretamente à utilização e proteção dos recursos hídricos, com exceção das
infraestruturas de saneamento básico);
• infraestruturas de
saneamento básico (que incluem as infraestruturas associadas aos sistemas de
abastecimento de água e de águas residuais);
No que se refere às
infraestruturas hidráulicas foram cadastradas 2542 infraestruturas, que se
distribuem pelos seguintes tipos:
Relativamente às infraestruturas de saneamento básico foram cadastradas 2237 infraestruturas, que se distribuem do seguinte modo:
Barragens
Das infraestruturas
hidráulicas, as barragens são as que ocupam o domínio hídrico, com maior
relevância para o Plano de Bacia Hidrográfica, dado que o armazenamento de água
nas suas albufeiras permite a regularização de caudais e o suporte à vida.
Neste sentido, foi feita a classificação das barragens cadastradas de acordo
com a capacidade de armazenamento das suas albufeiras.
Desta análise, ressalta o contraste, entre as
mais de 1700 barragens de pequena dimensão (capacidade total de armazenamento
de 11 hm3) e as 12 barragens de maior dimensão (incluindo as barragens em
construção), que totalizam uma capacidade de armazenamento de 5066 hm3.
As barragens de média
dimensão apresentam uma capacidade total de 63 hm3. As albufeiras de maior
dimensão (capacidade de armazenamento superior a 10 hm3) são, de Norte para
Sul, as de Abrilongo, Caia, Lucefecit, Vigia, Monte Novo, Alqueva, Enxoé, Pedrógão,
Chança, Cerro do Lobo, Odeleite e Beliche.
Figura 2 - Barragem do Alqueva
Infraestruturas
de saneamento básico
As infraestruturas de
saneamento básico estão agrupadas em sistemas de abastecimento de água e
sistemas de águas residuais. No que se refere ao abastecimento de água, os
sistemas de abastecimento na bacia do Guadiana permitem o fornecimento de água
à maioria da população. A médio prazo deverão ser tomadas medidas no sentido de
melhorar a qualidade do serviço do abastecimento de água às populações, o que
poderá passar por utilizar águas superficiais em vez de águas subterrâneas, reduzir
o número de origens, para melhor controlo da qualidade da água e melhoria dos
sistemas de tratamento de água.
Nos concelhos de
Mértola e Serpa está prevista a utilização da albufeira de Enxoé, como origem
de água dos seus sistemas de abastecimento de água. Nos restantes concelhos, o abastecimento
de água tem passado por agrupar pequenos sistemas, passando a uma crescente utilização
de águas superficiais em vez de águas subterrâneas. No que se referem aos
sistemas de águas residuais, existem ainda pontos de descargas de águas
residuais nas linhas de água, sem qualquer tratamento (53 entre 196 pontos de
descarga). É de referir que existem 178 redes de drenagem e 64 ETAR e 74 fossas
sépticas.
Figura 3 - Barragem do Enxoé
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Diferentes
reservatórios de águas subterrâneas
Distribuição
de água no Planeta
O bloco A mostra que
cerca de 97% de toda a água existente está nos oceanos, ocupando grande parte da
superfície do planeta.
O bloco B representa a
distribuição dos restantes 3%. 77% está retida nos glaciares e icebergs, não
podendo ser utilizada para consumo humano, 22% constituem a água subterrânea, e
1% encontra-se na superfície.
O bloco C mostra a
distribuição do restante 1%. Destes, 67% corresponde a lagos, 39% distribui-se
pela atmosfera e solos e <0,4% aos rios.
Se
excluirmos as reservas de gelo dos glaciares, a água doce que pode ser
utilizada pelo Homem representa 1,7% (24,2 milhões de km³) da água do nosso
planeta, que se divide desigualmente pelas diversas regiões continentais.
Destes
24,2 milhões de km³ de água doce utilizável, 99% correspondem a águas
subterrâneas, enquanto os rios e lagos representam 0,7%.
O
conceito de ciclo hidrológico, apresentado na figura 2 acima exposta, está
ligado ao movimento e à troca de águas nos seus diferentes estados. Ocorre na
Hidrosfera, entre os oceanos, as calotes de gelo, as águas superficiais, as
águas subterrâneas e a atmosfera.
Este
movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água
da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), sendo a gravidade o
principal fator que faz com que a água se precipite sobre o planeta
(precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através de linhas de água
que se reúnem em rios, até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se
infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas
(escoamento subterrâneo).
Nem
toda a água que cai, que é precipitada, chega a superfície terrestre, já que
uma parte desta água, na sua trajetória, volta a evaporar-se.
A
água que se infiltra e atinge a zona saturada das rochas, entra na circulação
subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos
aquíferos).
Na
zona saturada (aquífero) como é visível na figura 3, os poros ou fraturas das
formações rochosas estão completamente preenchidos por água (saturados).
A
água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e alimentar as linhas
de água ou ser descarregada diretamente no oceano. A quantidade de água e
velocidade a que esta circula nas diferentes etapas do
ciclo hidrológico é um fator muito relevante para a infiltração da água no solo,
que aumenta as reservas dos aquíferos. Para este fenómeno é preciso a ajuda da
vegetação ripícola, que faz com que a velocidade do escoamento seja menor,
aumentando a infiltração.
Tipos de aquíferos
Existem 2 tios de aquíferos:
Aquífero livre –
Formação geológica permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na
base por uma camada impermeável, estando o nível de água no aquífero à pressão
atmosférica.
Aquífero confinado – Formação geológica permeável e
completamente saturada de água; É limitada no topo e na base por camadas
impermeáveis; A pressão da água no aquífero é superior à pressão atmosféric
Se as formações geologicas não são aquíferos, então podem ser definidas
como:
Aquitardo – Formação geológica que pode armazenar
água mas que a transmite lentamente, não sendo rentável o seu aproveitamento a
partir de poços.
Aquicluso – Formação geológica que pode armazenar água, mas não a transmite (a água não circula).
Aquifugo – Formação geológica impermeável que
não armazena, nem transmite, água.
Se efetuarmos furos nestes dois
tipos de aquíferos (figura 6), verificamos que:
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->No furo do aquífero confinado a água
subirá acima do teto do aquífero devido à pressão exercida pelo peso das
camadas confinantes sobrejacentes. A altura a que a água sobe chama-se nível
piezométrico e o furo é artesiano. Se a água atingir a superfície do terreno
sob a forma de repuxo então o furo artesiano é repuxante.
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->No furo do aquífero livre o nível de
água existente não sobe e corresponde ao nível da água no aquífero, pois a água
está à mesma pressão que a pressão atmosférica. É designado por nível freático.
O nível existente nos aquíferos
varia consoante alguns fatores abaixo indicados:
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->A precipitação ao longo do ano;
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->A utilização do furo para o
abastecimento de água;
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->Os efeitos do mar nos aquíferos
costeiros;
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->Subida da pressão atmosférica,
principalmente no Inverno;
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->O escoamento das águas das chuvas, rios,
entre outros;
<!--[if !supportLists]-->·
<!--[endif]-->A evapotranspiração, entre outros.
Propriedades associadas ao tipo de
aquífero
A
existência de água subterrânea está relacionada com a capacidade que ela tem em
conseguir atravessar e circular através das formações geológicas que têm de ser
porosas e permeáveis.
Uma
formação é porosa quando é formada por um agregado de grãos entre os quais
existem espaços vazios que podem ser ocupados pala água. Aos espaços vazios
chamamos poros. Existem outras formações rochosas onde os espaços vazios
correspondem a diáclases¹ e fraturas e não propriamente a poros, como se pode
ver na figura 7.
¹As diáclases são fissuras provocadas por fenómenos de torção, tensão ou compressão experimentadospelas rochas, aquando dos movimentos da crosta terrestre.
Os
espaços vazios podem estar conectados ou podem estar semi-fechados,
condicionando a passagem de água através da formação (figura7), esta
característica designa-se por permeabilidade.
Um solo muito poroso pode ser muito permeável se os seus poros são grandes e bem interconectados, tal como acontece nas areias limpas, ou pode ser impermeável se apesar de ter muitos poros, eles forem pequenos e se encontrarem semi-fechados, como acontece nas rochas ígneas e metamórficas.
De uma forma geral os solos de baixa porosidade tendem a ser pouco permeáveis uma vez que as conexões entre os poros são difíceis de estabelecer.
Se por um lado o armazenamento e circulação da água subterrânea dependem da porosidade e da permeabilidade das formações, por outro lado esta ao circular vai interferir nestas propriedades, porque ao longo do seu percurso vais interagindo com as rochas que atravessa, dissolvendo determinadas substâncias e precipitando outras. Por exemplo, as grutas são antigas condutas, onde a água, ao circular, dissolveu minerais como a calcite e a dolomite, alargando cada vez mais a conduta.
A tabela seguinte mostra os valores de porosidade e permeabilidade de algumas rochas.
- Diferentes formações de aquíferosExistem três tipos de aquíferos, como verificamos na figura 8:Porosos, onde a água circula através dos poros. As formações geologicas são areias limpas, areias consolidadas por um cimento, tambem chamado arenito, conglomerados, entre outros.Fraturados e/ou fissurados, onde a água circula através de fraturas ou pequenas fissuras. As formações são granitos, gabros, filões de quartzo, entre outros.Cársicos, onde a água circula em condutas que resultam do alargamento de diaclases por dissolução. As formações são os calcários e os dolomitos.
Muitas vezes os aquíferos são simultaneamente de mais de um tipo. Por exemplo um granito pode ter uma zona superior muito alterada, onde a circulação é feita através dos poros, e uma zona inferior de rochas onde a circulação é feita por fraturas.Os calcários e dolomitos podem ser cársicos e fissurados, circulando a água através de fissuras da própria rocha e de condutas cársicas.
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